quarta-feira, 3 de novembro de 2010

UM ABOIO

Ainda estava turvo, a noite ia se esvaecendo paulatinamente. Não obedecia ao tempo, seguia o seu próprio ritmo. “Essa noite é mais longa que as anteriores” dizia-me à surdina. Será? Mas quem eu queria enganar. A insônia havia relativizado minha noite, tornando-a um martírio atemporal. Que angústia é desejar com veemência a luz do dia perpassando as venezianas em detrimento da noite que com seus uivos peculiares habita dentro e fora de mim. Meu Deus, já me acomodei por todos os lados da cama e nada parece me contagiar com o sono. Cerrar os olhos, envolve-se nos lençóis, acomodar a cabeça no travesseiro... nada.


Bem que a noite só por hoje podia sair mais cedo, pois o meu sono é como sol só aparece pelo dia!

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