sexta-feira, 28 de setembro de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GALOPANDO NA CULTURA

Cultura da terra na mão dessa gente
Herança bendita que forma o Brasil
Que tira do povo seu estado servil
Pra dar liberdade no tempo presente
Que cuida da terra e que planta a semente
Da força sensata do que é popular
E no seu universo, eu hei de habitar
Na dança, no verso, na reza e no canto
Ascendo uma vela pra tudo que é santo
Cantando galope na beira do mar.

Meu nome é Brasil do sertão nordestino
Sou rastro ancestral que nasceu no sertão
A lenda indelével do boi barbatão
Mateus, Catirina, Cancão, Severino
Sou velho, sou moço, sou homem, menino
Que quer aprender e também ensinar
Virando um brincante que adora brincar
O frevo, ciranda, quadrilha e xaxado
Juntar numa roda o profano e o sagrado
Cantando galope na beira do mar.

O povo e a cultura dançando na praça
No rádio, na banca, na escola e na tela
No campo, cidade, edifício e favela
Folclore a granel, sendo dado de graça
E quando nossa arte tirar a mordaça
O povo vai ver o Brasil começar
Um novo país que veremos brilhar
No rosto sofrido de um povo feliz
Que ver a miséria, torcendo o nariz
Cantando galope na beira do mar.

Eu quero partir nosso pão de cultura
Co’o povo faminto de todo rincão
Eu quero a cumbuca de lira e feijão
O doce sabor de uma boa rapadura
Cozer a panela que faz a mistura
Da raça, da fé, do sabor e pensar
De tudo que leva uma gente a formar
Perfil singular que não há nesse mundo
O povo daqui certamente é fecundo
Cantando galope na beira do mar.

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