quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Um dedo de prosa dentro da poesia

SONETOS ERÓTICOS


CANTO PRIMEIRO


Há uma fragrância intrínseca no ar
Adornando o ambiente com o passado
Há uma lembrança minha a ruminar
Cada fração de segundo contado

Não me vem nenhum semblante
Nem um retalho mnemônico
Que pinte na minha tela pensante
As feições daquele rosto canônico

Lembro-me somente do seu cheiro
Dos incandescentes lábios vermelhos
A refletir nos meus olhos; dois espelhos

Estávamos debruçados num braseiro
Colidindo os corpos e os pentelhos
Umedecidos pela água do chuveiro.

Nenhum comentário: