quinta-feira, 13 de setembro de 2007

UM ABOIO

CONSIDERAÇÕES DO ABOIADOR DE VERSO SOBRE A SITUAÇÃO DE NOSSO PAÍS

Posso não ter a capacidade intelectual e jurídica de um magistrado. É bem verdade que nem possuo um diploma de ensino superior. Igualo-me a milhares de brasileiros, com pouca educação, uma visão vaga das leis e noções de justiça, mas nem por isso a gente não consegue enxerga a impunidade nesse país; uma moléstia endêmica que nos apavora todos os dias. Não é uma impunidade cega que privilegia a todos, mas sim uma impunidade com olhos de águia que acoberta uma quadrilha sórdida instalada no poder. Seja qual for, a do Estado democrático de direitos ou do Estado paralelo, esse último alimenta o primeiro e o primeiro alimenta esse último. Estamos sitiados por ladrões de todo os lados que usurpam os direitos, as liberdades e, sobretudo, a riqueza. O Brasil hoje é um país potencialmente pobre por causa da incompetência e a roubalheira de nossos agentes públicos.

Talvez, alguns leitores possam achar que estou magoado com absolvição do Renan Calheiros e as pessoas execráveis que votaram a seu favor. A minha mágoa é antiga e esse episódio é apenas mais uma depositada em meu peito, como uma adaga que me perfura o tórax. Fico receoso com que vem acontecendo nos últimos anos, as autoridades públicas têm simplesmente cagado por sobre a ética e limpado a bunda com as páginas da Constituição. Não há no Brasil, uma instituição completamente idônea e o pior os facínoras são uma maioria em todas as estâncias do Estado. A grande dificuldade que se encontra hoje é achar uma pessoa honesta e decente dentro de uma repartição pública que ocupe altos cargos, tendo poder de decisão e polícia. A honestidade é uma palavra morta e sepultada pela justiça brasileira!

Hão de pensar que essas palavras são de um homem rendido, um pessimista convicto que não acredita na mudança e até numa palavra que o Presidente Lula quis até assassinar: a esperança. Na verdade, não. Felizmente corre dentro de mim a poesia, não me furto de sonhar, não me entrego aos carrascos esquerdistas e direitistas. Acredito no Brasil! Mas o que eu não posso perder é a minha indignação e a minha ousadia. Enquanto eu puder aboiar no cenário invisível do cyber espaço, a minha vontade de protestar será como o oceano que nunca chega ao fim

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