quinta-feira, 6 de setembro de 2007

UM ABOIO

Meu aboio de Saudade!

Contemplo as horas como se elas fossem grãos de areia numa ampulheta imaginária. A saudade causa-me uma apreensão aterrorizadora, fico a devanear com mergulho que farei às minhas raízes. Algo paradoxal para um cidadão do mundo – como eu - que sempre ousou voar mais que os urubus, que nunca se contentara com a vivência parcimoniosa e quase letárgica de minha cidade. Hoje ainda que ínfima a distância que estou dos meus próximos, sinto-me na condição de náufrago em uma das várias ilhas da Indonésia na iminência de voltar à civilização. Essa vontade ressequida domina-me os poros do corpo, já não posso conter meus sentidos e todos eles se convergem para essa saudade que ora me acomete. Mas hei de findá-la, evaporando-a com a quentura do reencontro tão desejado com minhas raízes!

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